Anselmi em clima de urgência: “Temos o orgulho ferido” — FC Porto joga sobrevivência frente ao Al-Ahly
O FC Porto enfrenta esta segunda-feira de madrugada (2h, hora de Portugal Continental) o momento mais delicado da sua campanha no Mundial de Clubes. Com apenas um ponto somado nas duas primeiras jornadas do Grupo A, os dragões estão obrigados a vencer o Al-Ahly do Egito para manter vivas as esperanças de qualificação para os oitavos de final. Ainda assim, mesmo vencendo, dependem do resultado entre Palmeiras e Inter Miami, que se joga em simultâneo.
Na antevisão ao encontro, o treinador Martín Anselmi não escondeu o peso do momento. Consciente das críticas internas e do descontentamento geral com a derrota frente ao Inter Miami (1-2), o técnico argentino apelou a uma reação enérgica por parte da equipa.
“Temos o orgulho ferido e não é esta a imagem que queremos dar. Temos uma oportunidade para reverter essa imagem contra um adversário poderoso no continente africano. Temos que fazer bem o nosso trabalho”, atirou Anselmi, com discurso firme e direto.
O treinador elogiou ainda o adversário egípcio, destacando o palmarés recente e a consistência da equipa tricampeã do seu campeonato nacional: “Ganhou duas das últimas quatro edições da Champions africana, tem um treinador competente e jogadores dinâmicos.”
Reação às críticas de Villas-Boas: “O primeiro murro na mesa tem que ser amanhã”
As palavras recentes do presidente André Villas-Boas — que falou em “vergonha” após o desaire contra o Inter Miami — também marcaram a conferência de imprensa. Sem fugir ao tema, Anselmi reforçou o compromisso do grupo com a identidade do FC Porto e reconheceu a necessidade de mudança.
“Quando cheguei conheci um presidente comprometido, que vive o clube intensamente. Para nós, o FC Porto também é o mais importante que temos. É importante fazer autocrítica, perceber o que estamos a fazer mal. O primeiro murro na mesa tem que ser amanhã.”
O argentino insistiu na ideia de humildade como chave para a recuperação, reforçando que a equipa precisa perceber o que falhou e agir com inteligência: “Não basta dar murros na mesa por dar. É preciso saber o que estamos a corrigir e com que objetivo.”
Sem medo pela continuidade: “É difícil eu render-me”
Confrontado com rumores sobre uma eventual saída em caso de novo desaire, Anselmi foi claro e recusou qualquer sentimento de insegurança.
“Sinto-me tranquilo com o meu trabalho e o do meu corpo técnico. Damos tudo pelo clube, sabemos o que falta e o que mudar. Reconhecer se sou capaz ou não… é difícil eu render-me.”
Missão quase impossível
O FC Porto entra em campo pressionado, sabendo que apenas a vitória interessa — e ainda assim pode não ser suficiente. A equipa portuguesa precisa vencer o Al-Ahly e esperar que o Inter Miami não vença o Palmeiras. Um empate entre os brasileiros e os norte-americanos deixaria os dragões fora da próxima fase, independentemente do seu próprio resultado.
O encontro frente ao Al-Ahly poderá marcar o fim precoce da caminhada portista no Mundial de Clubes — ou o início de uma reviravolta que os adeptos tanto pedem. A resposta será dada em campo.